Fiquei observando por horas uma senhora que costurava. Tinha nas mãos a paciência de quem espera as decisões do tempo. Havia uma calma invejável em seus lentos movimentos repetitivos. Horas e horas se estenderam naquele fio por fio.
Seu rosto esbanjava o foco e a dedicação. Qualquer que fosse receber o que esta senhorinha tricotava, ficaria muito feliz. Talvez o resultado não importasse, mas havia uma dedicação tão intrínseca que dava gosto.
Ao fim, ela havia uma belíssima e grossa corda feita de várias linhas coloridas, que formavam um degradê que lembrava uma galáxia de brilhos. Eu ardia em curiosidade para saber o próximo passo.
A senhorinha subiu em seu banquinho, amarrou a corda num galho acima de sua cabeça e amarrou o pescoço com um nó de escoteiro.
Em questão de minutos, a polícia já estava ali.
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